Registros do Programa Pedagogia da Imagem do Museu da Imagem e do Som de Campinas

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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Programe-se para a Primavera dos Museus

A Primavera dos Museus é um evento realizado anualmente pelo Ministério da Cultura para aproximar os museus de sua comunidade. Ao longo de sua história, o MIS tem desenvolvido programas e projetos de ação educativa que convergem para essa interação. Para nós, o museu não é apenas um espaço de reconstituição e representação da memória da participação social, em símbolos, imagens e sons, mas é o próprio campo efetivo de construção social – um espaço plural, vivo, múltiplo e atual.

A programação da Primavera de 2010 expressa essa visão de museu e propõe refletirmos sobre a participação social e suas transformações na construção do Brasil democrático.

Venha ocupar e configurar este espaço que é seu, usufruindo de nossa programação e contribuindo para os debates.
Entrada gratuita.

* Nas atividades assinaladas os participantes receberão certificado.

Museu da Imagem e do Som de Campinas
Rua Regente Feijó, 859, Centro, Campinas, SP
Fone (19) 3733 8800 - mis@campinas.sp.gov.br

16 de setembro, quinta-feira, 17h30min
Paradinha Musical: CPC e Sérgio Ricardo
Audição comentada de LPs.

21 a 25 de setembro, terça a sexta-feira, 19h30min, sábado, 16h
Semana do Diretor Renato Tapajós
Exibição e debate de filmes do documentarista
21, terça-feira, Universidade em Crise (1975, 17 min.) e Em Nome da Segurança Nacional (1984, 45 min.)
22, quarta-feira, No Olho do Furacão (2003, 60 min.)
23, quinta-feira, A Luta do Povo (30 min.) e Nada Será Como Antes (41 min.)
24, sexta-feira, Linha de Montagem (1982, 90 min.)
25, sábado, 16h, O Rosto no Espelho (2009, 59 min.)

Renato Tapajós é cineasta e escritor nascido no Pará, vivendo em São Paulo desde os anos 60. Desenvolve um cinema militante das causas que vivenciou: estudante nos anos 60, participou da mobilização estudantil com a câmera na mão, filmou a tomada da Faculdade de Filosofia na Rua Maria Antônia, participou da resistência armada à Ditadura Militar e foi preso em 1969, ficando detido até 1974. Acompanhou, nos anos 70, a resistência popular e sindical à Ditadura, modelando seu perfil de cineasta antenado com os dilemas da contemporaneidade. As temáticas dos direitos humanos e da tortura perpassam sua obra, do memorável Em Nome da Segurança Nacional, realizado a partir de um tribunal organizado pela OAB e outras entidades civis para julgar os crimes dos governos militares, até No Olho do Furacão, abordando a memória de militantes políticos que participaram da luta armada contra o regime, e ainda o seu primeiro filme ficcional, em realização no presente ano, tratando da tortura nos porões da ditadura. Do seu foco nas lutas populares, destaca-se o filme Linha de Montagem, tratando das greves do ABC no período 1978-81, onde se gesta o novo sindicalismo brasileiro, e de onde emerge o projeto de poder encabeçado por Luís Inácio Lula da Silva, hoje na presidência do país. Seu último filme, O Rosto no Espelho, aborda a relação entre produção cultural e participação popular, apresentando o saldo de diversidade cultural que frutifica com o exercício do mais longo período democrático que o país já vivenciou. Renato Tapajós, desde 2000, vive e produz cinema em Campinas.

24 de setembro, sexta-feira, 19h30min
Esse é o Jardim São Marcos pelo olhar de seus jovens
Abertura da exposição fotográfica do Grupo Primavera, em cartaz até 8 de outubro. O Grupo Primavera apresenta o resultado final da oficina de fotografia realizada no primeiro semestre de 2010, no âmbito do projeto “Protagonismo Juvenil”, junto aos jovens de sua comunidade. Num trabalho conjunto que envolveu a entidade, a educadora responsável pelo projeto, Paola Sanfelice Zeppini, a artista plástica Carolina Giannini e a fotógrafa Tatiane Pattaro, a exposição busca mostrar ao público uma percepção mais atenta e cuidadosa dos jovens moradores do Jardim São Marcos sobre suas ruas, suas belezas veladas, pessoas e espaços de interação, tão distanciados dos padrões de modernização das grandes metrópoles. O verbo olhar pode ser usualmente entendido como examinar, observar e até mesmo encarar. No entanto, outras noções de olhar, como contemplar, observar, proteger, tomar conta de, foram trazidas para a proposta de trabalho com esses jovens. Neste sentido, a fotografia como linguagem escolhida para desenvolver esse projeto, fornece apoio e ferramentas para construir um novo olhar sobre essa comunidade. Os resultados traduzem a tentativa dessa construção, que, aliando saberes técnicos e estéticos, traz indicativos da trajetória de poéticas pessoais e do empenho coletivo num caminho recheado de ações, mudanças e transformações que incentivam seus participantes a serem protagonistas de sua própria história.

28 de setembro, terça-feira, 19h
Reconstrução da memória coletiva do Jardim Nova Mercedes*
Relato do projeto da EMEI Carlos Drummond de Andrade, de reconstrução da memória oral do Jardim Nova Mercedes, em parceria com a comunidade, que resultou na produção de livros, fotografias e vídeos e que enfrenta agora um novo desafio: a organização de um memorial e a mobilização para a recuperação ambiental das áreas de nascentes do bairro.

29 de setembro, quarta-feira, 19h
Participação social: crise ou mudança?*
Palestra e debate com Profª Drª Doraci Alves Lopes (PUC-Campinas), que irá abordar historicamente a ideia de participação social e cidadania no Brasil e apresentar as características e mudanças básicas sobre a ideia de participação social no Império e República Velha, no Período Populista (1930-1964), Período da Redemocratização (fins da década de 1970 e década de 1980). Indicará certos dados da complexidade e heterogeneidade da sociedade civil a partir da década de 1980, contexto do neoliberalismo e globalização no país. A questão da disputa de projetos políticos nesta realidade. O surgimento da ambiguidade de noções políticas centrais para os movimentos sociais, como participação social e cidadania. Desafios e mudanças do tempo presente. Exibição de curta-metragem e debate.

30 de setembro, quinta-feira, 17h30min
Paradinha Musical: Geraldo Vandré e Carlos Lira
Audição comentada de LPs.

30 de setembro, quinta-feira, 19h
Um passo de cada vez: o despertar da cidadania*
Lançamento e debate do documentário de Gislaine Raposo e Juliana Siqueira. A Vila Costa e Silva foi um dos primeiros conjuntos de casas populares construídos em Campinas, na década de 1970. A conquista de melhores condições de vida, com escolas, transporte e saneamento básico é fruto da mobilização de seus moradores, desde a formação do bairro. Neste filme, lideranças locais relembram algumas de suas lutas na área da saúde, como o combate à epidemia de esquistossomose e a construção de um centro de saúde, que chegou a ser o maior da cidade. Este documentário é resultado do trabalho de conclusão de curso de graduação em Enfermagem apresentado por Gislaine Raposo à Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, intitulado "Participação Social no Sistema Único de Saúde: memórias de lideranças locais no município de Campinas - SP", sob orientação da Profa. Dra. Eliete Maria Silva.

Ajude-nos a divulgar: baixe o folder e o cartaz de divulgação no site http://pedagogiadaimagem.sites.uol.com.br.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Versão em Espanhol do site Pedagogia da Imagem está no ar

Com a finalidade de estimular o intercâmbio do Programa Pedagogia da Imagem com educadores de outros países da América Latina, estamos implementando a versão em Espanhol do nosso website.

Ainda em construção, a nova versão pode ser conferida on line:



Em breve, as principais páginas da Pedagogia da Imagem estarão disponíveis neste idioma.

Mensalmente, recebemos visitas de internautas de todo o país e também de Portugal, Espanha, EUA, México, Argentina e Paraguai, além de acessos já registrados de países da África e da Ásia.

Todo mundo quer ter um Warhol: exposição no Espaço Sylvia Ferro

Inspiradas em Andy Warhol, 29 artistas produziram retratos de familiares e autorretratos, em breve expostos no Espaço Sylvia Ferro. A abertura da exposição é 17 de setembro, sexta-feira, das 18 às 21h e as obras ficam lá por um mês. O Espaço fica na Rua dos Alecrins, 46, Lj. 1, Cambuí, Campinas.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

África: colonialismo, racismo e morte

Por Augusto Buonicore
No próximo ano se completarão 10 anos da realização da Conferência da ONU Contra o Racismo em Durban. Naquele conclave internacional pudemos constatar que mesmo passados cerca de 150 anos do fim do tráfico negreiro e 25 do fim do colonialismo europeu na África, estes temas continuavam incomodando as classes dominantes das grandes potências imperialistas.

Em Durban as nações africanas, visando reparar uma injustiça histórica, apresentaram a polêmica proposta determinando que os países que praticaram e se beneficiaram do tráfico de escravos e do colonialismo pagassem reparações e se desculpassem formalmente. Exigiram também que o tráfico e o colonialismo fossem considerados "crimes contra a humanidade".

Diante do texto proposto, os europeus e estadunidenses ameaçaram se retirar da Conferência. O representante britânico chegou a afirmar que eram "insuportáveis as exigências". Na declaração final, o tráfico de escravos acabou sendo considerado "crime contra a humanidade", embora não fosse aprovado nenhum pedido de desculpas às vítimas. Os europeus insistiram para que ele fosse considerado crime hoje e não no passado, quando foi realizado. O colonialismo, no entanto, não foi considerado "crime contra a humanidade". A tese da reparação também foi rejeitada. Aprovou-se apenas uma indicação para que os países desenvolvidos tomassem iniciativas no sentido de reverter as conseqüências da escravidão e da dominação colonial, sem detalhar como isso se daria.

Os intelectuais a serviço da causa colonial sempre procuraram negar a responsabilidade ocidental pela escravização dos povos da África. Eles alegavam – e ainda alegam - que os africanos eram capturados e vendidos como escravos pelos seus próprios líderes tribais locais; portanto, a responsabilidade deveria ser compartilhada. Uma clara tentativa criminalizar as próprias vítimas.

O tráfico negreiro e as origens do subdesenvolvimento africano
Contudo, os reclamos dos povos africanos são essencialmente justos. O escravismo e o colonialismo foram duas causas do seu subdesenvolvimento. O tráfico representou uma fortíssima sangria na população africana. Entre 1510 e 1860 mais de dez milhões de seres humanos foram conduzidos na condição de escravos para as Américas, 40% deles se destinaram ao Brasil. Cerca de 2 milhões morreram a bordo dos navios negreiros, conhecidos como tumbeiros. Calcula-se ainda que mais de 8 milhões tenham morrido entre o local de aprisionamento, no interior do continente, e o mercado de escravos nas costas africanas. Ou seja, o tráfico negreiro vitimou mais de 20 milhões de seres humanos.

A grande maioria destes mortos e deportados era composta de jovens que estavam no auge da sua capacidade produtiva. O trafico foi responsável pelo despovoamento de várias regiões. No período de expansão da cultura algodoeira nos Estados Unidos, entre 1800 e 1850, o número de deportados africanos chegou a 120 mil ao ano. Assim, o desenvolvimento do capitalismo nos EUA esteve intimamente ligado a tráfico de carne humana. A Inglaterra, por sua vez, foi responsável pelo transporte de 50% dos africanos escravizados. O tráfico, no século XVIII, chegou a representar metade do lucro das exportações dos países europeus. Muitas das cidades industriais inglesas ergueram-se a partir da riqueza provinda do comércio de escravos.

O tráfico desorganizou a vida social de várias comunidades africanas. A escravidão já existia na África, mas ela era residual e, em geral, de caráter familiar. A expansão do capitalismo transformou-a num negócio altamente rentável. Isso levou a uma mudança de escala no processo de escravização. Algumas tribos africanas abandonaram a produção artesanal e o comércio inter-regional para se dedicar ao novo e lucrativo comércio.

Estabeleceu-se um estado de guerra permanente no território africano. A agricultura, o artesanato e o comércio foram afetados duramente pelas deportações em massa e os massacres promovidos pelos escravistas, inclusive locais. Graças ao tráfico, em 1800, o continente africano havia regredido alguns séculos.

Portanto, é insustentável a tentativa de jogar nas costas dos próprios africanos a responsabilidade pela hecatombe, porque alguns chefes tribais se envolveram no apresamento humano para o "comércio" intercontinental. Estes eram cúmplices dos traficantes e devem ser condenados.

Mas, sem a constituição de um amplo mercado para mão-de-obra escrava nas Américas e sem os recursos provindos do ocidente capitalista não seria possível ter surgido estes caçadores de escravos no continente africano. Sem o capitalismo não haveria a escravidão moderna em tão larga escala. Assim, as bases do subdesenvolvimento não se encontram no interior das sociedades africanas e sim nas relações assimétricas impostas pelas potências capitalistas ainda no seu alvorecer.

O Colonialismo: opressão e miséria dos povos africanos
À praga do tráfico seguiu-se a do colonialismo. Na década de 80 do século XIX as grandes potências da Europa decidiram repartir e ocupar o continente africano. Ironicamente, a grande argumentação foi de ordem humanitária: a ocupação visava acabar com a escravidão e os déspotas locais. Justificativas muito próximas das utilizadas, até hoje, para as guerras que o imperialismo promove contra vários países que não se submetem ao seu jugo.

A África, novamente, se transformou em um campo de guerra. Os povos desse continente tentaram resistir à ocupação dos seus territórios, mas foram esmagados. A história de colonização é uma história de massacres, geralmente esquecidos pela história ocidental. Um militar francês descreveu assim a tomada de Mali em 1898: "Depois do cerco, o ataque (...). Todos são aprisionados ou mortos. Todos os cativos, cerca de 4 mil, são amontoados como rebanho. O coronel inicia a distribuição (...). A partilha (dos prisioneiros) decorreu entre disputas e golpes (...). No regresso fizemos etapas de 40 quilômetros com estes cativos. As crianças e todos os que ficavam cansados eram mortos a coronhadas e a golpes de baionetas".

Outro exemplo dos métodos “civilizados”, utilizados pelas potências capitalistas, foi nos dado pela "Missão Voulet-Chanoine". Em janeiro de 1899 esta expedição militar atacou uma aldeia africana. Um oficial descreveu as cenas que se seguiram: "Alguns atiradores (franceses) tinham ficado feridos. Para ‘dar exemplo’, o capitão Voulet mandou prender vinte mães com crianças pequenas em idade de amamentação, e mandou matá-las a golpes de lanças.". E, assim, foi feito.

No final do século XIX e primeiros anos do século XX, a escravidão aberta passou a ser substituída pela escravidão disfarçada, através do trabalho compulsório. O comércio de semi-escravos nas colônias francesas só seria proibido em 1905, mas o trabalho compulsório levaria mais alguns anos para ser proibido e não extinto.

A divisão internacional do trabalho, implantada pelo sistema colonial e fortalecida na fase imperialista do capitalismo, condenou o continente africano a ser um simples produtor de alimentos e matérias primas destinados à Europa e aos Estados Unidos. As indústrias artesanais existentes foram destruídas, lançando milhares de pessoas na miséria. No ocidente capitalista o mesmo processo que destruiu empregos no artesanato criou outros na grande indústria e representou um incremento ao desenvolvimento das forças produtivas. Na África a destruição do artesanato representou um verdadeiro retrocesso civilizacional. O artesão do ferro, do couro, do algodão se transformou em trabalhador compulsório (semi-escravos) nas grandes plantações e minas dos colonizadores brancos.

Foi se constituindo uma economia baseada na monocultura de exportação, integradas ao sistema mundial do capitalismo. As culturas alimentares tradicionais, que garantiam a subsistência das populações locais, foram abruptamente substituídas. O resultado imediato foi a explosão, em escala nunca vista, das epidemias de fome. Em Gâmbia, por exemplo, cultivava-se arroz, mas o colonialismo transformou este país em um grande produtor de amendoim. Gâmbia teve então de começar a importar arroz para minimizar a fome do seu povo.

A propaganda dos colonizadores sempre tentou passar a idéia de que as epidemias de fome e a subnutrição crônica dos povos africanos fossem coisas naturais, presentes desde sempre na história da África. A fome seria assim o estado normal do homem africano. O conceituado cientista brasileiro Josué de Castro demonstrou a falsidade desta tese. Segundo ele, o regime alimentar africano no período pré-colonial era bastante variado e baseava-se numa agricultura diversificada. Uma situação que o colonialismo iria alterar radicalmente.

E por fim precisamos desmascarar o mito que a colonização, pelo menos, teria trazido estradas, escolas, hospitais, ou seja, a modernização. Nada mais falso. Nas colônias portuguesas, após séculos de dominação colonial, os analfabetos ainda representavam 95% da população. Em Moçambique, por exemplo, Portugal jamais formou um só médico africano. Portanto, nada de bom trouxe o colonialismo aos povos africanos.

Á partir de 1945 o processo de descolonização adquiriu um ritmo frenético. Todas as colônias na Ásia e na África passam a adquirir a sua independência. Os últimos redutos do colonialismo caíram na metade da década de 1970, através de importantes movimentos nacional-revolucionários. Destaque para a libertação de Angola e Moçambique do jugo português. Mas, a ruptura com o colonialismo não significou a pacificação da África. Os governos que não se submeteram aos ditames do imperialismo foram vítimas de todos os tipos de agressão.

Após a libertação, o governo popular de Angola teve que enfrentar grupos contra-revolucionários, como a UNITA, apoiados pela África do Sul e o Zaire (tendo por trás os EUA). A guerra civil em Angola causou a morte de aproximadamente 1 milhão de pessoas e a destruição de grande parte da infra-estrutura do país. As mesmas cenas se repetiram em Moçambique. O imperialismo não deu um momento de descanso para esses povos e patrocinou atentados terroristas, golpes de Estado, embargos econômicos etc.

Assim, só pode ser considerado sarcasmo a atitude de um liberal como Karl Popper que lamentou: "libertamos estes estados (africanos) depressa demais e de maneira demasiada simplista”. Isso teria sido como “deixar um orfanato entregue a ele mesmo". Essa visão dos africanos como crianças que necessitariam de serem tuteladas até a maioridade é um dos elementos centrais da ideologia colonial, forjada no século XIX.

Atualmente, um dos grandes problemas que assola a África Negra é sua imensa dívida externa. No início do século XXI, dos 40 países fortemente endividados 33 pertencem a este subcontinente. O total da sua dívida ultrapassou a casa dos 250 bilhões de dólares, considerada impagável. Ela serve como instrumento para manter a dominação das grandes potências imperialistas na região. É um ato criminoso desviar recursos vitais de países tão miseráveis para encher os bolsos dos grandes banqueiros internacionais.

Por tudo isto é mais que do que justa a reivindicação de reparação feita várias organizações africanas. O primeiro passo para resgatar a enorme dívida que o ocidente capitalista tem com os africanos seria a decretação de uma ampla anistia de suas dívidas. Esta seria uma forma, ainda que limitada, de iniciar o processo de compensação pelos séculos de escravidão e de dominação colonial.

* Augusto César Buonicore é historiador e membro do Comitê Central do PCdoB.
 

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Confira como foi o lançamento do documentário "Um passo de cada vez"

Assista ao vídeo no youtube:

Literatura alemã através do cinema invade o circuito MIS neste fim de semana

3 de setembro, sexta-feira, 19h
Olympia. Direção: Leni Rifenstahl, 1938 - (Alemanha). Sinopse: Olympia 1. Teil - Fest der Völker, Ídolos do estádio - 1ª parte (Portugal) ou simplesmente Olympia (Brasil), é um filme de propaganda de 1938 de Leni Rifenstahl documentando os Jogos Olímpicos de Verão de 1936. Muitas técnicas avançadas de cinema foram usadas, que mais tarde tornar-se-iam padrões industriais mas que eram fenomenais na época, como ângulos incomuns de câmera, técnicas de edição avançadas, close-ups extremos entre outras coisas. As técnicas usadas são quase universalmente admiradas, mas o filme é controverso devido ao seu conteúdo político. 121 min – P&B

4 de setembro, sábado, 16h
Berlim: sinfonia de uma metrópole. Direção: Walter Ruttman, 1927 (Alemanha). Sinopse: Um trem cruza o país em sua trajeto até Berlim. Ainda não são 5 da manhã e o trem pára lentamente na estação. Quase toda cidade ainda dorme, mas antes que vejamos seus primeiros sinais da atividade, já vemos alguns trabalhadores que madrugam. É o iníco de um dia típico em Berlim. 65 min/ P&B mudo. Após a exibição, debate sobre o livro "Berlin Alexanderplatz" de Alfred Döblin, 1929.

4 de setembro, sábado, 19h30
Mostra: Oficinas de produção de Vídeo Curta Jovem em Paulínia. O projeto é uma realização da Papillon Cinema e Vídeo e Centro de Tratamento Bezerra de Menezes com o patrocínio da Petrobrás dentro do Programa Desenvolvimento e Cidadania. Serão projetados três filmes de aproximadamente 10 minutos cada um: Tabuleiro das Almas; Fantasma; O Figurante. Os curtas foram produzidos pelos alunos das Oficinas de Produção de Vídeo Curta Jovem em Paulína. Debate após a Exibição.

A programação do Circuito MIS de Cinema é gratuita e conta com o apoio da 100% Vídeo.
40 lugares. Rua Regente Feijó, 859, Centro, Campinas, SP. Fone: (19) 3733 8800

Pré-estreia do documentário "Um passo de cada vez: o despertar da cidadania" movimenta a Vila Costa e Silva

A comunidade da Vila Costa e Silva parou na noite de quinta-feira, 2 de setembro, para assistir à própria história, na telona. O pré-lançamento do documentário "Um passo de cada vez: o despertar da cidadania" foi prestigado por dezenas de pessoas que lotaram o hall do Centro de Saúde Costa e Silva, especialmente preparado com telão e projetor de imagens.


O documentário, dirigido e roteirizado por Gislaine Raposo e Juliana Siqueira, conta um pouco da história da Vila Costa e Silva, um dos primeiros conjuntos de casas populares construídos em Campinas, na década de 1970. A conquista de melhores condições de vida, com escolas, transporte e saneamento básico foi fruto da mobilização de seus moradores, desde a formação do bairro. No filme, lideranças locais relembram algumas de suas lutas na área da saúde, como o combate à epidemia de esquistossomose e a construção de um centro de saúde, que chegou a ser o maior da cidade

Este documentário foi resultado do trabalho de conclusão de curso de graduação em Enfermagem apresentado por Gislaine Raposo à Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas, intitulado “Participação Social no Sistema Único de Saúde: memórias de lideranças locais no município de Campinas - SP”, sob orientação da Profa. Dra. Eliete Maria Silva.

As entrevistas gravadas, na íntegra, estão disponíveis no acervo do Museu da Imagem e do Som de Campinas. Os depoimentos foram gentilmente prestados por: Leonardo Ferreira da Silva, Maria Helena da Silva, Renan Caio Cegatto, Terezinha Aparecida Delgado, Vicente Pisani Neto, Wandercy Aparecida Diniz Loro e Yara de Oliveira Corrêa.

Em setembro, na Primavera dos Museus, o filme será oficialmente lançado no Museu da Imagem e do Som de Campinas, no dia 30, às 19h, seguido de debate. Logo em seguida, será disponibilizado no Youtube, sob Creative Commons.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Prestigie a Primavera dos Museus no MIS Campinas

O Museu da Imagem e do Som de Campinas tem o prazer de convidar você a participar da Primavera dos Museus 2010. De 16 a 30 de setembro, vamos debater memória e participação social.

A Primavera dos Museus é um evento realizado anualmente pelo Ministério da Cultura para aproximar os museus de sua comunidade. Nos últimos anos, o MIS tem desenvolvido ações educativas que convergem para a reflexão sobre este tema. Para nós, o museu não é apenas um espaço de reconstituição e representação da memória da participação social, em símbolos, imagens e sons, mas é o próprio campo efetivo de construção social – um espaço plural, vivo, múltiplo, ativo, atual.


A programação da Primavera de 2010 expressa essa visão de museu e propõe refletirmos sobre a participação social e suas transformações na construção do Brasil democrático. Venha ocupar e configurar este espaço, que é seu, usufruindo de nossa programação e contribuindo para os debates.

Confira:
16 de setembro, quinta-feira, 17h30min
Paradinha Musical - CPC e Sérgio Ricardo
Audição comentada de LPs

21 a 25 de setembro, terça a sexta-feira, 19h30min, sábado, 16h
Semana do Diretor Renato Tapajós
Exibição e debate de filmes do documentarista

24 de setembro, sexta-feira, 19h30min
Fotografia e Comunidade
Abertura da exposição fotográfica do Grupo Primavera

28 de setembro, terça-feira, 19h
Reconstrução da memória coletiva do Jardim Nova Mercedes*
Relato de experiência das educadoras da EMEI Carlos Drummond de Andrade

29 de setembro, quarta-feira, 19h
Movimentos sociais em Campinas*
Palestra e debate com Doraci Alves Lopes (Profa. PUC-Campinas)

30 de setembro, quinta-feira, 17h30min
Paradinha Musical - Geraldo Vandré e Carlos Lira
Audição comentada de LPs

30 de setembro, quinta-feira, 19h
Um passo de cada vez: o despertar da cidadania*
Lançamento e debate do documentário de Gislaine Raposo e Juliana Siqueira

* Nas atividades assinaladas (28, 29 e 30 de setembro) os participantes receberão certificado.

Todas as atividades são gratuitas.
R. Regente Feijó, 859, Centro
Fone: 3733 8800

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Pedagogia da Imagem inicia oficina de desenho animação para futuras educadoras

Começou na última terça-feira, 31 de agosto, a oficina de animação para estudantes do último período de Pedagogia da Faculdade Veris/ IBTA/ Metrocamp, organizada pela Profa. Lilian Alvisi e ministrada por Juliana Siqueira. O grupo faz uma pesquisa sobre a história da Vila Industrial de Campinas e planeja criar um desenho animado como resultado de seu trabalho. Alunas da Pedagogia da Imagem, que estão desenvolvendo trabalhos em animação, também farão parte da turma.

No primeiro encontro, contextualizamos a história da animação no mundo e no Brasil. Para acompanhar o andamento do curso, as produções e materiais didáticos sobre animação, basta acessar nossa mais nova comunidade de colaboração: Animando a Vila Industrial.

Personagens de Piconzé, de Ypê Nakashima, considerado a primeira animação em longa-metragem colorido do Brasil.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Site Pedagogia da Imagem está nos "Mais Bacanas" do UOL


 O provedor Universo On Line, onde está hospedado o website da Pedagogia da Imagem, indicou, esta semana, nosso sítio como um dos "mais bacanas", na sua coluna Websites Pessoais.

A indicação, que dura sete dias, pode ser conferida clicando-se aqui. A divulgação fez aumentar significativamente o número de acessos ao site.

Se você ainda não o conhece, dê uma passadinha por lá! Ele está sempre atualizado com a programação do Museu da Imagem e do Som de Campinas e traz, além das propostas e atividades da Pedagogia da Imagem, comunidades virtuais de colaboração, textos e materiais educativos para serem baixados e utilizados por educadores. Você também pode contribuir, enviando sua opinião e compartilhando materiais educativos.

Endereço: http://pedagogiadaimagem.sites.uol.com.br

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Quinta-feira tem Paradinha musical com o Trio Surdina

Venha ouvir e comentar os LPs do Trio Surdina. Nesta quinta-feira, dia 10 de junho, a partir das 17h30, na sala de audição do MIS. Entrada franca.



O Trio Surdina
Síntese da criatividade e sadio ecletismo musical, o trio formado em 1952 pelo violonista Garoto, pelo acordeonista Chiquinho e pelo violinista Fafá Lemos foi o primeiro sinônimo de modernidade dos otimistas anos 50 (JK, o surgimento da TV, Copa de 1958). Como não há ficha técnica nos selos nem nas capas, os instrumentistas ficaram em surdina por quase 50 anos, até serem descobertos seus pseudônimos. Considerado como o efetivo precursor da bossa nova - que só assumiria seus contornos definitivos com o lançamento do LP Chega de saudade, de João Gilberto, o conjunto carrega até hoje o charme de sua sonoridade moderna e de qualidade instrumental peculiar. O nome do grupo derivou do programa de rádio Música em Surdina, na Rádio Nacional, que selecionava os maiorais da música instrumental da época, sob direção artística de Paulo Tapajós.
Produzido em estúdio, o Música em surdina estreou em 1952, indo ao ar nos fins de noite, logo após o horário nobre da programação. Considerado pelos pesquisadores Zuza Homem de Mello e Jairo Severiano como “um dos mais originais e cativantes discos instrumentais brasileiros”, Trio Surdina nunca foi reeditado em vinil e CD, o que lhe confere ainda maior valor.
Não perca a chance de ouvir essas preciosidades. Você é nosso convidado.
O Museu da Imagem e do Som de Campinas fica na Rua Regente Feijó, 859, Centro, Campinas, SP. Mais informações: (19) 3733-8800, com Flávia.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Oficinas para educadores em Hortolândia


O Programa Hortolândia Escola Viva convida para as oficinas:

Percussão e cultura brasileira para educadores - Arte-Educadora: Marta Jardim
Contaçâo de história para educadores - Arte-Educadora: Tânia Guinatti
Ambas oficinas serão oferecidas nos mesmos horários e locais.

Local
CAC - Centro de Arte e Cultura / Hortolândia.

Horários
Turma I: Terças 18:30 às 21:30h
Turma II: Sábados 10 às 13h
Turma III: sábados 14às 17h

Público-alvo
Professores de 1º ao 4º ano do ensino fundamental de Hortolândia (público prioritário). Educadores em geral (de Hortolândia e de outras cidades), mediante vagas disponíveis.
20 vagas por turma

Período
De 12 de junho (turmas de sábados) à 28 agosto 2010.
De 8 de junho (turma de terças) à 24 de agosto de 2010.

Informações e inscrições
Centro de Arte e Cultura – Rua Manoel Antônio da Silva, 365, Jd. N. Sra. de Fátima - Hortolândia. Telefone: 38452525.

Nos e-mais das arte-educadoras: (enviar nome completo, telefone, instituição em que trabalha, dia e horário escolhido para oficina, e-mail):
batuquia@yahoo.com.br (c/ Marta Jardim)
tguinatti@hotmail.com (c/ Tânia Guinatti)

No site do Programa Escola Viva: www.hortolandia.sp.gov.br/escolaviva

Realização
Prefeitura Municipal de Hortolândia/ Secretaria de Cultura
Ministério da Cultura
Parceria: Secretaria de Educação de Hortolândia

**A Pedagogia da Imagem está apenas divulgando estas oficinas. Mais informações apenas com os realizadores, nos endereços e telefones indicados acima.**

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Seminário "O professor e a leitura de jornal" tem inscrições abertas até dia 15

As inscrições para o 5º Seminário "O Professor e a Leitura do Jornal", com apresentação de trabalho vão até o dia 15 de junho. O evento, cujo temário é "Educação, Mí­dia e Formação Docente", será realizado no perí­odo de 14 a 16/07/2010, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Quem tem pesquisas ou desenvolve trabalhos em sala de aula com a mídia em geral e que tem como preocupação a formação de leitores e escritores de diferentes linguagens, gêneros discursivos e suportes de textos, pode aproveitar o Seminário para divulgar e socializar seus conhecimentos com os colegas.

Para inscrições e maiores informações, acesse o site do evento: http://www.alb.com.br/portal/5seminario

**A Pedagogia da Imagem está apenas divulgando este evento. Informações apenas com os organizadores, no link acima.**

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Material educativo sobre o patrimônio de Campinas está na Internet


A Coordenadoria Setorial do Patrimônio Cultural (CSPC) comunica que já está disponível na internet, no portal da Prefeitura Municipal, o décimo quarto número do paraTODOS - Folheto do patrimônio cultural de Campinas.

O tema desta edição é conhecido e querido por muita gente: as ferrovias de São Paulo. Pensando em nossa cidade, aposto que você já está imaginando a Estação da Praça Marechal Floriano Peixoto, com sua torre e relógio, não?

Pois bem, neste folheto não é desse prédio que vamos falar. Você sabia que além da estação também tem ferrovia?

Em http://www.campinas.sp.gov.br/arquivos/cultura/paratodos/folhetos/paratodos14.pdf você conhecerá alguns desses outros espaços: as oficinas da antiga Companhia Mogiana de Estradas de Ferro. Sabia que ferrovia não é só lugar de transporte, mas de trabalho também?

E lembre-se: todas as outras edições já publicadas do folheto paraTODOS continuam disponíveis no site da Coordenadoria Setorial do Patrimônio Cultural. Basta acessar o link http://www.campinas.sp.gov.br/governo/cultura/patrimonio/publicacoes/paratodos/.


Fale com a equipe do paraTODOS

Se você quer enviar críticas, sugestões, ou ainda tirar suas dúvidas sobre o patrimônio cultural de Campinas, escreva para folhetoparatodos@gmail.com.

Coordenadoria Setorial do Patrimônio Cultural
Estação Cultura - Praça Mal Floriano Peixoto, s/n
Centro, Campinas/SP, CEP 13013-120

Fones: (19) 3705-8020/ 3705-8112

terça-feira, 1 de junho de 2010

Retratos x paisagens: nossa ética e a imagem do outro

O encontro de educadores participantes da Pedagogia da Imagem, no dia 26 de maio, trouxe uma discussão importante para nossa reflexão sobre o uso ético da fotografia, mais especificamente, de retratos de pessoas. Estávamos prestes a sair para um passeio fotográfico na rua Treze de Maio, quando alguém colocou a questão (sempre emergente): "Podemos fotografar as pessoas na rua ou precisamos de sua autorização?"

A questão pede uma definição clara, mas talvez as coisas não sejam colocadas facilmente em preto-e-branco. O problema gera dúvidas sempre que alguém empunha uma câmera e divide a opinião geral, entre os que defendem a privacidade e o direito à imagem e os que acreditam na liberdade de produzir e difundir imagens, especialmente de espaços públicos. Não se trata de tomar uma posição contra ou a favor de um ou outro argumento, mas de refletir sobre as relações que estabelecemos com o outro (também sujeito e agente de direitos, assim como nós) quando estamos atrás das lentes.

Em primeiro lugar, trata-se de saber o nosso objetivo: o que pretendemos fotografar? A fotografia no estilo retrato tem a ver com estabelecer uma relação (ética, respeitosa, solidária) com o fotografado, de modo que ele seja um sujeito da foto e não um objeto na foto. Quando se trata de fotos de paisagem, porém, essa situação não está colocada, pois o foco não é o retrato de indivíduos (portadores de direitos), mas espaços públicos, que são apropriados pelas pessoas (e que, portanto, não fazem sentido se fotografados vazios).

Notemos que a diferença entre um estilo e outro pode, na maioria dos casos, ser dada pelo próprio enquadramento escolhido: por exemplo, no plano geral, usado mais frequentemente para as paisagens, o alvo não são pessoas específicas, mas o ambiente. Já no close, plano peito e plano tronco, onde a aproximação dos sujeitos é maior, há uma tendência para favorecer os retratos (é possível identificar pessoas nas fotos, bem como suas ações).

Também lembramos que, na Pedagogia da Imagem, nosso objetivo não é aprender a fotografar bem, ou a utilizar a tecnologia para fotografar bem – "apenas". Nosso foco é compartilhar conhecimentos e formas de narrar, através de imagens, de maneira que os próprios sujeitos-educandos narrem a si mesmos. Não somos nós as autoridades a falar de alguém, mas colaboradores e facilitadores para que os sujeitos falem por si mesmos, conosco. Assim, o problema ético de "estarmos usando a imagem de terceiros" não se coloca desta maneira, pois são os próprios indivíduos que produzem, analisam e validam a própria imagem. A questão ética a ser posta, então, é: as habilidades comunicativas e críticas que compartilhamos/ desenvolvemos coletivamente estão sendo suficientes para que os sujeitos vejam/ mostrem-se a si mesmos de maneira positiva, afirmativa, mas ao mesmo tempo solidária com as diferenças/ os diferentes?

Essa questão não se esgota de forma simplista e precisa ser debatida em todas as nossas oficinas, especialmente quando estamos com nossos educandos. Lembremos que, hoje, há câmeras de vigilância espalhadas nas ruas, condomínios privados e até mesmo nas escolas, sem que nos demos conta disso. Muitas vezes, não nos é dada a opção de abrir mão de nosa privacidade ou preservá-la. Além disso, precisamos debater com os adolescentes e as crianças a forma como veiculam a própria imagem nos sites, blogs e comunidades de relacionamento a que têm acesso, muitas vezes sem uma orientação de um adulto, expondo a si mesmos a riscos que não imaginam correr. Trata-se não de fornecermos elementos "morais", mas críticos e sensíveis para que cada um entenda as imagens-discursos que produz de si mesmo, os canais onde são veiculadas e seu alcance, bem como seus direitos e como defendê-los.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Exposição fotográfica África em Nós


Vale a pena conferir esta bela exposição fotográfica com curadoria de Walter Firmo, que retrata a importância (e a beleza, certamente) da influência cultural africana na formação da cultura nacional (por que não dizer, também, da nossa mais profunda identidade?).
Visitações abertas até 25 de junho de 2010, de segunda a sexta-feira, das 8 às 17h, no Centro Campineiro da Memória Afrobrasileira (Palácio da Mogiana, Rua Visconde do Rio Preto, 468).

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Diversidade cultural na programação de filmes do MIS


Confira a programação do Circuito MIS de Cinema para este fim de semana.
Entrada gratuita, 40 lugares. Apoio: 100% Vídeo

Ciclo Diversidade Cultural: Outras linguagens, outros olhares
Dia 28, sexta-feira, 19h
Samaritana. Direção: Kim Ki Duk. Ano: 2004 - (Coréia do Sul). Elenco: Eol Lee, Kwon Hyun-Min, Oh Young. Sinopse: Yeo-Jin é uma jovem adolescente que ainda vive com o seu pai, viúvo. A sua melhor amiga, Jae-Young, é prostituta. Yeo-Jin ajuda-a marcando os encontros com os clientes e vigiando a policia. Juntas mantêm o sonho de juntar dinheiro e fugir para a Europa. Mas um dia Yeo-Jin comete uma distração fatal e Jae-Young é apanhada pela policia, resultando daí um acidente com trágicas consequências. 95 min.

Dia 29, sábado, 16h

Meia lua. Direção: Bahman Ghobadi. Ano: 2006 - (Irã / Áustria / França). Elenco: Ismail Ghaffari, Allah Morad Rashtiani, Farzin Sabooni, Kambiz Arshi. Sinopse: Após a queda de Saddam Hussein, Mamo, um renomado músico curdo, recebe autorização para empreender uma jornada pelo Iraque e realizar um concerto. Seu fiel amigo Kako é quem conduz o ônibus escolar que vai recolhendo os dez filhos do músico espalhados pelo Curdistão. Um de seus filhos avisa que o ancião de sua aldeia previu que algo terrível aconteceria a ele antes da próxima lua cheia caso continuasse a viagem. Mesmo avisado, Mamo persiste na jornada, já que foi impedido de tocar durante os últimos 35 anos. Ao mesmo tempo, ele quer convencer Hesho, uma mulher solteira que vive com outras centenas de refugiadas nas montanhas, a entrar para o grupo. Mas Hesho perdeu a força de sua voz, assim como a autoconfiança. Durante este road-movie repleto de aventuras, o grupo enfrentará inúmeras dificuldades. 107 min.

Ciclo Cyberpunk Japonês
Dia 29, sábado, 19h30min
964 Pinocchio. Direção: Shozin Fukui. Ano: 1991 (Japão). Elenco: Hage Suzuki, Onn Chan, Kyoko Hara, Koji Kita. Sinopse: Pinocchio 964, um escravo sexual ciborgue, é jogado fora por seus donos por não conseguir realizar os fins pelos quais eles o haviam comprado. Ele então se torna amigo de uma garota sem-teto que tem pensamentos criminosos. Enquanto isso, a empresa que produziu o ciborgue planeja recuperá-lo e destruí-lo. 93 min.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Compartilhando nossas reflexões na Semana dos Museus


Seguem abaixo algumas reflexões que tivemos a oportunidade de compartilhar com os participantes da Semana dos Museus do MIS, durante a palestra e a exibição de filmes produzidos na Pedagogia da Imagem, no último dia 20 de maio de 2010, às 14h.


Caros participantes da Semana dos Museus do MIS,
nossos convidados, interlocutores, amigos,

boa tarde!

Antes de tudo, gostaria de agradecer a gentileza de terem atendido ao nosso convite e vir dedicar uma tarde de sua vida a esse nosso encontro. Um encontro que, ao que parece, está se configurando como um novo espaço de diálogo entre vocês e o programa educativo do Museu da Imagem e do Som de Campinas: pela segunda vez consecutiva, a Pedagogia da Imagem promove uma palestra na Semana dos Museus do MIS. E, aqui, cabe o nosso agradecimento à chefia do Museu e à coordenação da CEC pela acolhida de nossa proposta. Este ano, com duas felizes conquistas: a primeira, o fato de que a sala está plena de interessados no que temos a dizer, num horário em que não temos atividades programadas com nossos habituais frequentadores, e a segunda, o fato de termos integrado nossa programação na campanha nacional do Ministério da Cultura.

Para nós, a Semana dos Museus se reveste de sentidos muito especiais. Dia 18 de maio é o dia internacional dos museus. Seria apenas mais uma efeméride, se não representasse um momento no qual tentamos condensar tudo aquilo que realizamos em nosso cotidiano – as nossas ações, as nossas reflexões, as nossas parcerias, as nossas produções, as nossas angústias (por que não?), a leitura que fazemos do cenário em que atuamos e o projeto de museu que dia-a-dia pomos em prática – e, de uma forma clara, transparente, expomos à apreciação de vocês, ao questionamento, ao debate, à transformação. Entendo, pois, esse nosso encontro na Semana dos Museus como um espaço de participação social, que, espero, seja cada vez mais apropriado por vocês e por mais campineiros. Portanto, a Semana dos Museus é, para nós, um momento de criação e recriação coletiva do MIS.

É por este motivo que a minha palestra aqui não poderia ser tomada em outro sentido que não o de uma conversa e uma troca de idéias. Não venho aqui à frente falar como uma especialista que dita verdades ou recomendações técnicas. Venho aqui como uma profissional curiosa, consciente do papel da instituição na qual exerço meu trabalho, mas, sobretudo, instigada pelo meu fazer, pela riqueza que o encontro com o outro me traz, ansiosa por compartilhar as inquietações que esse fazer produz em mim. Se me coloco aqui à frente e trago um texto a público, não é para convencê-los de meu ponto de vista, mas para que vocês possam ampliá-lo, refiná-lo e ajudar-me a afinar os instrumentos que usamos para orientar nossa difícil jornada, que é a produção de um museu.

O fio que escolhi para me conduzir nessa exposição é a própria temática proposta pelo Conselho Internacional de Museus para a reflexão neste ano: “Museus para a harmonia social”. Um mote aparentemente simples e consensual, mas por isso mesmo propenso a abrigar algumas armadilhas. Vamos a elas.


Navegar é preciso: exposição de Vera Ferro

A artista contemporânea Vera Ferro exibe suas pinturas e fotografias na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi, no dia 27 de maio, às 19h. Navegar é preciso foi como ela batizou seu trabalho.

Mais informações no site da artista: www.veraferro.com.br ou no seu blog: arteveraferro.blogspot.com

segunda-feira, 24 de maio de 2010

NCA convida para o lançamento do DVD Anime sua comunidade

A equipe do Núcleo de Cinema de Animação de Campinas convida para o lançamento do DVD Anime sua comunidade, com filmes de animação feitos por adolescentes de Campinas, Hortolândia e Jundiaí.

Será no dia 1º de junho de 2010, terça-feira, às 19h30min, no Auditório da Escola Senai Roberto Mange, à Rua Pastor Cícero Canuto de Lima, 71, bairro São Bernardo, Campinas. A entrada é franca e o programa, imperdível!

domingo, 23 de maio de 2010

3ª Edição da Mostra Luta! abre inscrições

De 17 de maio a 15 de julho o Coletivo de Comunicadores Populares que organiza a 3ª Mostra Luta recebe inscrições de vídeos, fotografias, poemas e quadrinhos que exibem e debatem a luta contra a exploração e a opressão capitalista. Realizada em Campinas, de 18 a 26 de setembro de 2010, a Mostra Luta também é itinerante por outras cidades do Brasil.

Para inscrever-se e obter mais informações, basta acessar o site http://mostraluta.org.
Clicando na imagem abaixo, você pode vê-la ampliada, salvar em seu computador e enviar para seus amigos.

sábado, 22 de maio de 2010

Foi assim a paradinha...

Confira algumas cenas da alegre paradinha musical, ocorrida no MIS, no dia 20 de maio, quinta-feira, às 17h30.

Além de ouvir gravações de Carmen Miranda, os participantes assistiram à animação "Sossega leão", criada pelo Núcleo de Cinema de Animação de Campinas e puderam pesquisar materiais e textos relativos à Pequena Notável. Tudo isso numa atmosfera descontraída e simples, onde os participantes se conhecem, conversam e fazem amizades.



Se você perdeu essa paradinha, não fique triste: em junho tem mais! Acompanhe nossa programação e aproveite o que Campinas oferece.

Veja o vídeo no Youtube.

Paradinha dedicada a Carmen Miranda

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Circuito MIS de Cinema: Ciclo Hollywood Lado B

Venha assistir e debater os filmes do Ciclo Cinema e Filosofia: Hollywood Lado B e acompanhar a programação especial da 8ª Semana dos Museus do MIS.


21 de maio, sexta-feira
19h - Jackie Brown
Direção: Quentin Tarantino. Ano: 1997 - (EUA). Elenco: Pam Grier, Samuel L. Jackson, Robert Forster, Bridget Fonda. Sinopse: Uma hospedeira do ar, Jackie Brown, tem problemas com a lei (é apanhada). Um agente federal e um polícia de LA propõem-lhe que colabore na captura de Ordell Robbi, traficante de armas, o que passaria pelo transporte de meio milhão de dólares da América do Sul para os EUA, para apanhá-lo com a mão na massa. Jackie tem de optar entre trair o "patrão", trair a polícia ou trair ambos. 151 min. 

22 de maio, sábado
16h - Bastardos inglórios
Direção: Quentin Tarantino. Ano: 2009 - (EUA / Alemanha). Elenco: Brad Pitt, Mélanie Laurent, Diane Kruger, Christoph Waltz. Sinopse: No início da ocupação nazista na França, a atriz alemã Shosanna Dreyfus testemunha o extermínio de sua família pelo coronel Hans Landa. Fugindo para Paris, forja uma nova identidade e vira dona de um cinema. Em outro ponto da Europa, o tenente Aldo Raine reúne um grupo de soldados judeus americanos. Apelidados de "Os Bastardos", organizam pequenos e brutais atos de vingança contra os nazistas, visando derrubar o regime. As duas histórias se unem debaixo de uma marquise de cinema, onde Shosanna prepara sua própria vingança. Melhor Ator (Christoph Waltz) no Festival de Cannes 2009. 148 min.

22 de maio, sábado
19h30 - Assembleia do Povo: o importante é o que a gente é
Programação da 8ª Semana dos Museus do MIS.
Ano: 2009 - (Brasil). Sinopse: Documentário sobre o movimento popular ocorrido em Campinas na década de 80, chamado Assembleia do Povo. 

Programação gratuita. 40 lugares. Apoio: 100% Vídeo

terça-feira, 18 de maio de 2010

Abertura da Semana dos Museus no MIS foi uma lição de cidadania

Segundo Adriana Maciel, coordenadora do MIS, a nossa Semana dos Museus não poderia ter começado de forma melhor.

Abrindo as atividades, passamos uma tarde agradável com Maurício Squarisi, que apresentou o Anime sua comunidade, projeto educativo do Núcleo de Cinema de Animação de Campinas que viaja pelo país disseminando a linguagem da animação e incentivando o surgimento de "poetas da animação", jovens que descobrem na criatividade e na expressão do próprio traço e das próprias histórias, sua identidade e seu valor.

À noite, nos encontramos com os artistas do Cândido Ferreira/ Fumec, na exposição Colorindo a diversidade. Em seguida, na sala de exibição, assistimos ao documentário Câmera da Loucura, de Beatriz Trevisan e Stéphany Simoni, realizado colaborativamente com os integrantes do projeto Maluco Beleza, também do Cândido. Foi bonito ver e ouvir os depoimentos dos participantes sobre seu aprendizado ao longo do processo, sobre os seus sonhos e expectativas de crescimento e desenvolvimento. Mais bonito saber que ocupam legitimamente, não apenas como expectadores, mas como produtores culturais, esse importante espaço cultural campineiro que é o museu instalado no Palácio dos Azulejos. Um diálogo cultural e político, que se insere na luta antimanicomial, na defesa dos direitos humanos, na construção de uma sociedade mais democrática, de instituições mais abertas e plurais.

Este é o sentido que, desde o início, desejamos atribuir à nossa Semana dos Museus, cujo tema é a "Harmonia Social". Para nós, essa harnonia se constrói assim: na polifonia.

Eureca: vídeo produzido por adolescentes e jovens é o destaque de hoje na Semana dos Museus do MIS

18 de maio, terça-feira, 19h30
Eureca
Lançamento do vídeo com exibição e debate. O documentário trata do movimento Eureca (Eu respeito o estatuto da criança e do adolescente), bloco carnavalesco que saiu pelas ruas de Campinas em 2009, levando a conscientização sobre o respeito aos direitos das crianças e adolescentes. O vídeo foi produzido participativamente por adolescentes e jovens, em oficina da Pedagogia da Imagem realizada na Casa Tainã.