Registros do Programa Pedagogia da Imagem do Museu da Imagem e do Som de Campinas

Visite também nosso website pedagogiadaimagem.sites.uol.com.br


quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Programe-se para a Primavera dos Museus

A Primavera dos Museus é um evento realizado anualmente pelo Ministério da Cultura para aproximar os museus de sua comunidade. Ao longo de sua história, o MIS tem desenvolvido programas e projetos de ação educativa que convergem para essa interação. Para nós, o museu não é apenas um espaço de reconstituição e representação da memória da participação social, em símbolos, imagens e sons, mas é o próprio campo efetivo de construção social – um espaço plural, vivo, múltiplo e atual.

A programação da Primavera de 2010 expressa essa visão de museu e propõe refletirmos sobre a participação social e suas transformações na construção do Brasil democrático.

Venha ocupar e configurar este espaço que é seu, usufruindo de nossa programação e contribuindo para os debates.
Entrada gratuita.

* Nas atividades assinaladas os participantes receberão certificado.

Museu da Imagem e do Som de Campinas
Rua Regente Feijó, 859, Centro, Campinas, SP
Fone (19) 3733 8800 - mis@campinas.sp.gov.br

16 de setembro, quinta-feira, 17h30min
Paradinha Musical: CPC e Sérgio Ricardo
Audição comentada de LPs.

21 a 25 de setembro, terça a sexta-feira, 19h30min, sábado, 16h
Semana do Diretor Renato Tapajós
Exibição e debate de filmes do documentarista
21, terça-feira, Universidade em Crise (1975, 17 min.) e Em Nome da Segurança Nacional (1984, 45 min.)
22, quarta-feira, No Olho do Furacão (2003, 60 min.)
23, quinta-feira, A Luta do Povo (30 min.) e Nada Será Como Antes (41 min.)
24, sexta-feira, Linha de Montagem (1982, 90 min.)
25, sábado, 16h, O Rosto no Espelho (2009, 59 min.)

Renato Tapajós é cineasta e escritor nascido no Pará, vivendo em São Paulo desde os anos 60. Desenvolve um cinema militante das causas que vivenciou: estudante nos anos 60, participou da mobilização estudantil com a câmera na mão, filmou a tomada da Faculdade de Filosofia na Rua Maria Antônia, participou da resistência armada à Ditadura Militar e foi preso em 1969, ficando detido até 1974. Acompanhou, nos anos 70, a resistência popular e sindical à Ditadura, modelando seu perfil de cineasta antenado com os dilemas da contemporaneidade. As temáticas dos direitos humanos e da tortura perpassam sua obra, do memorável Em Nome da Segurança Nacional, realizado a partir de um tribunal organizado pela OAB e outras entidades civis para julgar os crimes dos governos militares, até No Olho do Furacão, abordando a memória de militantes políticos que participaram da luta armada contra o regime, e ainda o seu primeiro filme ficcional, em realização no presente ano, tratando da tortura nos porões da ditadura. Do seu foco nas lutas populares, destaca-se o filme Linha de Montagem, tratando das greves do ABC no período 1978-81, onde se gesta o novo sindicalismo brasileiro, e de onde emerge o projeto de poder encabeçado por Luís Inácio Lula da Silva, hoje na presidência do país. Seu último filme, O Rosto no Espelho, aborda a relação entre produção cultural e participação popular, apresentando o saldo de diversidade cultural que frutifica com o exercício do mais longo período democrático que o país já vivenciou. Renato Tapajós, desde 2000, vive e produz cinema em Campinas.

24 de setembro, sexta-feira, 19h30min
Esse é o Jardim São Marcos pelo olhar de seus jovens
Abertura da exposição fotográfica do Grupo Primavera, em cartaz até 8 de outubro. O Grupo Primavera apresenta o resultado final da oficina de fotografia realizada no primeiro semestre de 2010, no âmbito do projeto “Protagonismo Juvenil”, junto aos jovens de sua comunidade. Num trabalho conjunto que envolveu a entidade, a educadora responsável pelo projeto, Paola Sanfelice Zeppini, a artista plástica Carolina Giannini e a fotógrafa Tatiane Pattaro, a exposição busca mostrar ao público uma percepção mais atenta e cuidadosa dos jovens moradores do Jardim São Marcos sobre suas ruas, suas belezas veladas, pessoas e espaços de interação, tão distanciados dos padrões de modernização das grandes metrópoles. O verbo olhar pode ser usualmente entendido como examinar, observar e até mesmo encarar. No entanto, outras noções de olhar, como contemplar, observar, proteger, tomar conta de, foram trazidas para a proposta de trabalho com esses jovens. Neste sentido, a fotografia como linguagem escolhida para desenvolver esse projeto, fornece apoio e ferramentas para construir um novo olhar sobre essa comunidade. Os resultados traduzem a tentativa dessa construção, que, aliando saberes técnicos e estéticos, traz indicativos da trajetória de poéticas pessoais e do empenho coletivo num caminho recheado de ações, mudanças e transformações que incentivam seus participantes a serem protagonistas de sua própria história.

28 de setembro, terça-feira, 19h
Reconstrução da memória coletiva do Jardim Nova Mercedes*
Relato do projeto da EMEI Carlos Drummond de Andrade, de reconstrução da memória oral do Jardim Nova Mercedes, em parceria com a comunidade, que resultou na produção de livros, fotografias e vídeos e que enfrenta agora um novo desafio: a organização de um memorial e a mobilização para a recuperação ambiental das áreas de nascentes do bairro.

29 de setembro, quarta-feira, 19h
Participação social: crise ou mudança?*
Palestra e debate com Profª Drª Doraci Alves Lopes (PUC-Campinas), que irá abordar historicamente a ideia de participação social e cidadania no Brasil e apresentar as características e mudanças básicas sobre a ideia de participação social no Império e República Velha, no Período Populista (1930-1964), Período da Redemocratização (fins da década de 1970 e década de 1980). Indicará certos dados da complexidade e heterogeneidade da sociedade civil a partir da década de 1980, contexto do neoliberalismo e globalização no país. A questão da disputa de projetos políticos nesta realidade. O surgimento da ambiguidade de noções políticas centrais para os movimentos sociais, como participação social e cidadania. Desafios e mudanças do tempo presente. Exibição de curta-metragem e debate.

30 de setembro, quinta-feira, 17h30min
Paradinha Musical: Geraldo Vandré e Carlos Lira
Audição comentada de LPs.

30 de setembro, quinta-feira, 19h
Um passo de cada vez: o despertar da cidadania*
Lançamento e debate do documentário de Gislaine Raposo e Juliana Siqueira. A Vila Costa e Silva foi um dos primeiros conjuntos de casas populares construídos em Campinas, na década de 1970. A conquista de melhores condições de vida, com escolas, transporte e saneamento básico é fruto da mobilização de seus moradores, desde a formação do bairro. Neste filme, lideranças locais relembram algumas de suas lutas na área da saúde, como o combate à epidemia de esquistossomose e a construção de um centro de saúde, que chegou a ser o maior da cidade. Este documentário é resultado do trabalho de conclusão de curso de graduação em Enfermagem apresentado por Gislaine Raposo à Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, intitulado "Participação Social no Sistema Único de Saúde: memórias de lideranças locais no município de Campinas - SP", sob orientação da Profa. Dra. Eliete Maria Silva.

Ajude-nos a divulgar: baixe o folder e o cartaz de divulgação no site http://pedagogiadaimagem.sites.uol.com.br.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Versão em Espanhol do site Pedagogia da Imagem está no ar

Com a finalidade de estimular o intercâmbio do Programa Pedagogia da Imagem com educadores de outros países da América Latina, estamos implementando a versão em Espanhol do nosso website.

Ainda em construção, a nova versão pode ser conferida on line:



Em breve, as principais páginas da Pedagogia da Imagem estarão disponíveis neste idioma.

Mensalmente, recebemos visitas de internautas de todo o país e também de Portugal, Espanha, EUA, México, Argentina e Paraguai, além de acessos já registrados de países da África e da Ásia.

Todo mundo quer ter um Warhol: exposição no Espaço Sylvia Ferro

Inspiradas em Andy Warhol, 29 artistas produziram retratos de familiares e autorretratos, em breve expostos no Espaço Sylvia Ferro. A abertura da exposição é 17 de setembro, sexta-feira, das 18 às 21h e as obras ficam lá por um mês. O Espaço fica na Rua dos Alecrins, 46, Lj. 1, Cambuí, Campinas.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

África: colonialismo, racismo e morte

Por Augusto Buonicore
No próximo ano se completarão 10 anos da realização da Conferência da ONU Contra o Racismo em Durban. Naquele conclave internacional pudemos constatar que mesmo passados cerca de 150 anos do fim do tráfico negreiro e 25 do fim do colonialismo europeu na África, estes temas continuavam incomodando as classes dominantes das grandes potências imperialistas.

Em Durban as nações africanas, visando reparar uma injustiça histórica, apresentaram a polêmica proposta determinando que os países que praticaram e se beneficiaram do tráfico de escravos e do colonialismo pagassem reparações e se desculpassem formalmente. Exigiram também que o tráfico e o colonialismo fossem considerados "crimes contra a humanidade".

Diante do texto proposto, os europeus e estadunidenses ameaçaram se retirar da Conferência. O representante britânico chegou a afirmar que eram "insuportáveis as exigências". Na declaração final, o tráfico de escravos acabou sendo considerado "crime contra a humanidade", embora não fosse aprovado nenhum pedido de desculpas às vítimas. Os europeus insistiram para que ele fosse considerado crime hoje e não no passado, quando foi realizado. O colonialismo, no entanto, não foi considerado "crime contra a humanidade". A tese da reparação também foi rejeitada. Aprovou-se apenas uma indicação para que os países desenvolvidos tomassem iniciativas no sentido de reverter as conseqüências da escravidão e da dominação colonial, sem detalhar como isso se daria.

Os intelectuais a serviço da causa colonial sempre procuraram negar a responsabilidade ocidental pela escravização dos povos da África. Eles alegavam – e ainda alegam - que os africanos eram capturados e vendidos como escravos pelos seus próprios líderes tribais locais; portanto, a responsabilidade deveria ser compartilhada. Uma clara tentativa criminalizar as próprias vítimas.

O tráfico negreiro e as origens do subdesenvolvimento africano
Contudo, os reclamos dos povos africanos são essencialmente justos. O escravismo e o colonialismo foram duas causas do seu subdesenvolvimento. O tráfico representou uma fortíssima sangria na população africana. Entre 1510 e 1860 mais de dez milhões de seres humanos foram conduzidos na condição de escravos para as Américas, 40% deles se destinaram ao Brasil. Cerca de 2 milhões morreram a bordo dos navios negreiros, conhecidos como tumbeiros. Calcula-se ainda que mais de 8 milhões tenham morrido entre o local de aprisionamento, no interior do continente, e o mercado de escravos nas costas africanas. Ou seja, o tráfico negreiro vitimou mais de 20 milhões de seres humanos.

A grande maioria destes mortos e deportados era composta de jovens que estavam no auge da sua capacidade produtiva. O trafico foi responsável pelo despovoamento de várias regiões. No período de expansão da cultura algodoeira nos Estados Unidos, entre 1800 e 1850, o número de deportados africanos chegou a 120 mil ao ano. Assim, o desenvolvimento do capitalismo nos EUA esteve intimamente ligado a tráfico de carne humana. A Inglaterra, por sua vez, foi responsável pelo transporte de 50% dos africanos escravizados. O tráfico, no século XVIII, chegou a representar metade do lucro das exportações dos países europeus. Muitas das cidades industriais inglesas ergueram-se a partir da riqueza provinda do comércio de escravos.

O tráfico desorganizou a vida social de várias comunidades africanas. A escravidão já existia na África, mas ela era residual e, em geral, de caráter familiar. A expansão do capitalismo transformou-a num negócio altamente rentável. Isso levou a uma mudança de escala no processo de escravização. Algumas tribos africanas abandonaram a produção artesanal e o comércio inter-regional para se dedicar ao novo e lucrativo comércio.

Estabeleceu-se um estado de guerra permanente no território africano. A agricultura, o artesanato e o comércio foram afetados duramente pelas deportações em massa e os massacres promovidos pelos escravistas, inclusive locais. Graças ao tráfico, em 1800, o continente africano havia regredido alguns séculos.

Portanto, é insustentável a tentativa de jogar nas costas dos próprios africanos a responsabilidade pela hecatombe, porque alguns chefes tribais se envolveram no apresamento humano para o "comércio" intercontinental. Estes eram cúmplices dos traficantes e devem ser condenados.

Mas, sem a constituição de um amplo mercado para mão-de-obra escrava nas Américas e sem os recursos provindos do ocidente capitalista não seria possível ter surgido estes caçadores de escravos no continente africano. Sem o capitalismo não haveria a escravidão moderna em tão larga escala. Assim, as bases do subdesenvolvimento não se encontram no interior das sociedades africanas e sim nas relações assimétricas impostas pelas potências capitalistas ainda no seu alvorecer.

O Colonialismo: opressão e miséria dos povos africanos
À praga do tráfico seguiu-se a do colonialismo. Na década de 80 do século XIX as grandes potências da Europa decidiram repartir e ocupar o continente africano. Ironicamente, a grande argumentação foi de ordem humanitária: a ocupação visava acabar com a escravidão e os déspotas locais. Justificativas muito próximas das utilizadas, até hoje, para as guerras que o imperialismo promove contra vários países que não se submetem ao seu jugo.

A África, novamente, se transformou em um campo de guerra. Os povos desse continente tentaram resistir à ocupação dos seus territórios, mas foram esmagados. A história de colonização é uma história de massacres, geralmente esquecidos pela história ocidental. Um militar francês descreveu assim a tomada de Mali em 1898: "Depois do cerco, o ataque (...). Todos são aprisionados ou mortos. Todos os cativos, cerca de 4 mil, são amontoados como rebanho. O coronel inicia a distribuição (...). A partilha (dos prisioneiros) decorreu entre disputas e golpes (...). No regresso fizemos etapas de 40 quilômetros com estes cativos. As crianças e todos os que ficavam cansados eram mortos a coronhadas e a golpes de baionetas".

Outro exemplo dos métodos “civilizados”, utilizados pelas potências capitalistas, foi nos dado pela "Missão Voulet-Chanoine". Em janeiro de 1899 esta expedição militar atacou uma aldeia africana. Um oficial descreveu as cenas que se seguiram: "Alguns atiradores (franceses) tinham ficado feridos. Para ‘dar exemplo’, o capitão Voulet mandou prender vinte mães com crianças pequenas em idade de amamentação, e mandou matá-las a golpes de lanças.". E, assim, foi feito.

No final do século XIX e primeiros anos do século XX, a escravidão aberta passou a ser substituída pela escravidão disfarçada, através do trabalho compulsório. O comércio de semi-escravos nas colônias francesas só seria proibido em 1905, mas o trabalho compulsório levaria mais alguns anos para ser proibido e não extinto.

A divisão internacional do trabalho, implantada pelo sistema colonial e fortalecida na fase imperialista do capitalismo, condenou o continente africano a ser um simples produtor de alimentos e matérias primas destinados à Europa e aos Estados Unidos. As indústrias artesanais existentes foram destruídas, lançando milhares de pessoas na miséria. No ocidente capitalista o mesmo processo que destruiu empregos no artesanato criou outros na grande indústria e representou um incremento ao desenvolvimento das forças produtivas. Na África a destruição do artesanato representou um verdadeiro retrocesso civilizacional. O artesão do ferro, do couro, do algodão se transformou em trabalhador compulsório (semi-escravos) nas grandes plantações e minas dos colonizadores brancos.

Foi se constituindo uma economia baseada na monocultura de exportação, integradas ao sistema mundial do capitalismo. As culturas alimentares tradicionais, que garantiam a subsistência das populações locais, foram abruptamente substituídas. O resultado imediato foi a explosão, em escala nunca vista, das epidemias de fome. Em Gâmbia, por exemplo, cultivava-se arroz, mas o colonialismo transformou este país em um grande produtor de amendoim. Gâmbia teve então de começar a importar arroz para minimizar a fome do seu povo.

A propaganda dos colonizadores sempre tentou passar a idéia de que as epidemias de fome e a subnutrição crônica dos povos africanos fossem coisas naturais, presentes desde sempre na história da África. A fome seria assim o estado normal do homem africano. O conceituado cientista brasileiro Josué de Castro demonstrou a falsidade desta tese. Segundo ele, o regime alimentar africano no período pré-colonial era bastante variado e baseava-se numa agricultura diversificada. Uma situação que o colonialismo iria alterar radicalmente.

E por fim precisamos desmascarar o mito que a colonização, pelo menos, teria trazido estradas, escolas, hospitais, ou seja, a modernização. Nada mais falso. Nas colônias portuguesas, após séculos de dominação colonial, os analfabetos ainda representavam 95% da população. Em Moçambique, por exemplo, Portugal jamais formou um só médico africano. Portanto, nada de bom trouxe o colonialismo aos povos africanos.

Á partir de 1945 o processo de descolonização adquiriu um ritmo frenético. Todas as colônias na Ásia e na África passam a adquirir a sua independência. Os últimos redutos do colonialismo caíram na metade da década de 1970, através de importantes movimentos nacional-revolucionários. Destaque para a libertação de Angola e Moçambique do jugo português. Mas, a ruptura com o colonialismo não significou a pacificação da África. Os governos que não se submeteram aos ditames do imperialismo foram vítimas de todos os tipos de agressão.

Após a libertação, o governo popular de Angola teve que enfrentar grupos contra-revolucionários, como a UNITA, apoiados pela África do Sul e o Zaire (tendo por trás os EUA). A guerra civil em Angola causou a morte de aproximadamente 1 milhão de pessoas e a destruição de grande parte da infra-estrutura do país. As mesmas cenas se repetiram em Moçambique. O imperialismo não deu um momento de descanso para esses povos e patrocinou atentados terroristas, golpes de Estado, embargos econômicos etc.

Assim, só pode ser considerado sarcasmo a atitude de um liberal como Karl Popper que lamentou: "libertamos estes estados (africanos) depressa demais e de maneira demasiada simplista”. Isso teria sido como “deixar um orfanato entregue a ele mesmo". Essa visão dos africanos como crianças que necessitariam de serem tuteladas até a maioridade é um dos elementos centrais da ideologia colonial, forjada no século XIX.

Atualmente, um dos grandes problemas que assola a África Negra é sua imensa dívida externa. No início do século XXI, dos 40 países fortemente endividados 33 pertencem a este subcontinente. O total da sua dívida ultrapassou a casa dos 250 bilhões de dólares, considerada impagável. Ela serve como instrumento para manter a dominação das grandes potências imperialistas na região. É um ato criminoso desviar recursos vitais de países tão miseráveis para encher os bolsos dos grandes banqueiros internacionais.

Por tudo isto é mais que do que justa a reivindicação de reparação feita várias organizações africanas. O primeiro passo para resgatar a enorme dívida que o ocidente capitalista tem com os africanos seria a decretação de uma ampla anistia de suas dívidas. Esta seria uma forma, ainda que limitada, de iniciar o processo de compensação pelos séculos de escravidão e de dominação colonial.

* Augusto César Buonicore é historiador e membro do Comitê Central do PCdoB.
 

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Confira como foi o lançamento do documentário "Um passo de cada vez"

Assista ao vídeo no youtube:

Literatura alemã através do cinema invade o circuito MIS neste fim de semana

3 de setembro, sexta-feira, 19h
Olympia. Direção: Leni Rifenstahl, 1938 - (Alemanha). Sinopse: Olympia 1. Teil - Fest der Völker, Ídolos do estádio - 1ª parte (Portugal) ou simplesmente Olympia (Brasil), é um filme de propaganda de 1938 de Leni Rifenstahl documentando os Jogos Olímpicos de Verão de 1936. Muitas técnicas avançadas de cinema foram usadas, que mais tarde tornar-se-iam padrões industriais mas que eram fenomenais na época, como ângulos incomuns de câmera, técnicas de edição avançadas, close-ups extremos entre outras coisas. As técnicas usadas são quase universalmente admiradas, mas o filme é controverso devido ao seu conteúdo político. 121 min – P&B

4 de setembro, sábado, 16h
Berlim: sinfonia de uma metrópole. Direção: Walter Ruttman, 1927 (Alemanha). Sinopse: Um trem cruza o país em sua trajeto até Berlim. Ainda não são 5 da manhã e o trem pára lentamente na estação. Quase toda cidade ainda dorme, mas antes que vejamos seus primeiros sinais da atividade, já vemos alguns trabalhadores que madrugam. É o iníco de um dia típico em Berlim. 65 min/ P&B mudo. Após a exibição, debate sobre o livro "Berlin Alexanderplatz" de Alfred Döblin, 1929.

4 de setembro, sábado, 19h30
Mostra: Oficinas de produção de Vídeo Curta Jovem em Paulínia. O projeto é uma realização da Papillon Cinema e Vídeo e Centro de Tratamento Bezerra de Menezes com o patrocínio da Petrobrás dentro do Programa Desenvolvimento e Cidadania. Serão projetados três filmes de aproximadamente 10 minutos cada um: Tabuleiro das Almas; Fantasma; O Figurante. Os curtas foram produzidos pelos alunos das Oficinas de Produção de Vídeo Curta Jovem em Paulína. Debate após a Exibição.

A programação do Circuito MIS de Cinema é gratuita e conta com o apoio da 100% Vídeo.
40 lugares. Rua Regente Feijó, 859, Centro, Campinas, SP. Fone: (19) 3733 8800

Pré-estreia do documentário "Um passo de cada vez: o despertar da cidadania" movimenta a Vila Costa e Silva

A comunidade da Vila Costa e Silva parou na noite de quinta-feira, 2 de setembro, para assistir à própria história, na telona. O pré-lançamento do documentário "Um passo de cada vez: o despertar da cidadania" foi prestigado por dezenas de pessoas que lotaram o hall do Centro de Saúde Costa e Silva, especialmente preparado com telão e projetor de imagens.


O documentário, dirigido e roteirizado por Gislaine Raposo e Juliana Siqueira, conta um pouco da história da Vila Costa e Silva, um dos primeiros conjuntos de casas populares construídos em Campinas, na década de 1970. A conquista de melhores condições de vida, com escolas, transporte e saneamento básico foi fruto da mobilização de seus moradores, desde a formação do bairro. No filme, lideranças locais relembram algumas de suas lutas na área da saúde, como o combate à epidemia de esquistossomose e a construção de um centro de saúde, que chegou a ser o maior da cidade

Este documentário foi resultado do trabalho de conclusão de curso de graduação em Enfermagem apresentado por Gislaine Raposo à Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas, intitulado “Participação Social no Sistema Único de Saúde: memórias de lideranças locais no município de Campinas - SP”, sob orientação da Profa. Dra. Eliete Maria Silva.

As entrevistas gravadas, na íntegra, estão disponíveis no acervo do Museu da Imagem e do Som de Campinas. Os depoimentos foram gentilmente prestados por: Leonardo Ferreira da Silva, Maria Helena da Silva, Renan Caio Cegatto, Terezinha Aparecida Delgado, Vicente Pisani Neto, Wandercy Aparecida Diniz Loro e Yara de Oliveira Corrêa.

Em setembro, na Primavera dos Museus, o filme será oficialmente lançado no Museu da Imagem e do Som de Campinas, no dia 30, às 19h, seguido de debate. Logo em seguida, será disponibilizado no Youtube, sob Creative Commons.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Prestigie a Primavera dos Museus no MIS Campinas

O Museu da Imagem e do Som de Campinas tem o prazer de convidar você a participar da Primavera dos Museus 2010. De 16 a 30 de setembro, vamos debater memória e participação social.

A Primavera dos Museus é um evento realizado anualmente pelo Ministério da Cultura para aproximar os museus de sua comunidade. Nos últimos anos, o MIS tem desenvolvido ações educativas que convergem para a reflexão sobre este tema. Para nós, o museu não é apenas um espaço de reconstituição e representação da memória da participação social, em símbolos, imagens e sons, mas é o próprio campo efetivo de construção social – um espaço plural, vivo, múltiplo, ativo, atual.


A programação da Primavera de 2010 expressa essa visão de museu e propõe refletirmos sobre a participação social e suas transformações na construção do Brasil democrático. Venha ocupar e configurar este espaço, que é seu, usufruindo de nossa programação e contribuindo para os debates.

Confira:
16 de setembro, quinta-feira, 17h30min
Paradinha Musical - CPC e Sérgio Ricardo
Audição comentada de LPs

21 a 25 de setembro, terça a sexta-feira, 19h30min, sábado, 16h
Semana do Diretor Renato Tapajós
Exibição e debate de filmes do documentarista

24 de setembro, sexta-feira, 19h30min
Fotografia e Comunidade
Abertura da exposição fotográfica do Grupo Primavera

28 de setembro, terça-feira, 19h
Reconstrução da memória coletiva do Jardim Nova Mercedes*
Relato de experiência das educadoras da EMEI Carlos Drummond de Andrade

29 de setembro, quarta-feira, 19h
Movimentos sociais em Campinas*
Palestra e debate com Doraci Alves Lopes (Profa. PUC-Campinas)

30 de setembro, quinta-feira, 17h30min
Paradinha Musical - Geraldo Vandré e Carlos Lira
Audição comentada de LPs

30 de setembro, quinta-feira, 19h
Um passo de cada vez: o despertar da cidadania*
Lançamento e debate do documentário de Gislaine Raposo e Juliana Siqueira

* Nas atividades assinaladas (28, 29 e 30 de setembro) os participantes receberão certificado.

Todas as atividades são gratuitas.
R. Regente Feijó, 859, Centro
Fone: 3733 8800

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Pedagogia da Imagem inicia oficina de desenho animação para futuras educadoras

Começou na última terça-feira, 31 de agosto, a oficina de animação para estudantes do último período de Pedagogia da Faculdade Veris/ IBTA/ Metrocamp, organizada pela Profa. Lilian Alvisi e ministrada por Juliana Siqueira. O grupo faz uma pesquisa sobre a história da Vila Industrial de Campinas e planeja criar um desenho animado como resultado de seu trabalho. Alunas da Pedagogia da Imagem, que estão desenvolvendo trabalhos em animação, também farão parte da turma.

No primeiro encontro, contextualizamos a história da animação no mundo e no Brasil. Para acompanhar o andamento do curso, as produções e materiais didáticos sobre animação, basta acessar nossa mais nova comunidade de colaboração: Animando a Vila Industrial.

Personagens de Piconzé, de Ypê Nakashima, considerado a primeira animação em longa-metragem colorido do Brasil.