Falamos sobre:
. o "esquartejamento" do saber nas disciplinas escolares;
. falta de espaço para a criança trabalhar a corporeidade;
. necessidade de construir o espaço escolar com mais liberdade, desenvolvendo a cidadania;
. necessária postura de humildade do educador, para realizar uma troca honesta com os educandos;
. necessidade de superar os conceitos e práticas arraigadas, superando os medos, inseguranças e deixando o ego de lado;
. a existência de coerções, hierarquizações e regulações no espaço escolar;
. a interferência ou necessidade de haver uma clareza dos objetivos/ intencionalidades na prática educativa;
. o papel das ONGs na educação não-formal;
. a importância da disciplina como hábito interno (não como coerção externa);
. necessária valorização da profissão docente, para que os jovens que têm interesse possam se dedicar à profissão (e não esperar que o ensino seja a "segunda opção" de quem não optaria por ser educador;
. necessária defesa da escola pública enquanto instituição e direito do cidadão brasileiro.
A discussão parecia encaminhar-se para um impasse: como produzir uma outra prática, menos fragmentária, capaz de unir cultura e educação, vida e conhecimento científico?
Então, fizemos pequenos grupos para, com a reflexão de Paulo Freire, buscar trabalhar melhor os conceitos e as articulações entre eles (cultura, linguagem e educação), superando o pessimismo e a desesperança.
Finalizamos a nossa reflexão numa grande roda de discussão, onde a relação entre os conceitos foi tecida a partir de uma perspectiva histórica sobre a origem das linguagens, da cultura e da escola. Concluímos que:
a. a universalização da educação é um direito (colocada na Constituição de 1988 e também como Meta do Milênio pela ONU) e impõe, de um lado, buscar novos meios de proporcionar a apreensão da linguagem (em especial a escrita) pelo universo dos educandos e, por outro, a necessidade de abrir a escola para reconhecer a relevância de outros saberes, outras linguagens e outras formas culturais que são relevantes para esse novo contingente que chegou à escola nas últimas décadas;
b. buscar saídas para esse enorme desafio não nos obriga a "reinventar a roda", mas a buscar na nossa tradição educativa (e também da arte-educação) abordagens teóricas e experiências concretas que sirvam aos propósitos colocados, recriando tais popostas nos novos contextos em que nos encontramos. Para isso é necessário a atitude autovigilante, crítica e reflexiva, que faz do professor um pensador sobe a educação, que registra, sistematiza sua prática e a compartilha para dar a ela visibilidade e legitimidade social.
Educadores do Pedagogia da Imagem, quantas questões relevantes vocês debateram nesse encontro! Fiquei até com vontade de ter participado da discussão. De tudo que ficou registrado quero reforçar a importância de termos clareza dos nossos objetivos e atuar com intencionalidade, de sermos sempre reflexivos e autores do nosso fazer e por fim de registrarmos, compartilharmos, dar visibilidade e legitimidade à nossa prática educativa
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