O grupo de formação continuada de educadoras "Memória, Mídia e Educação Infantil", reunido no MIS ,no dia 12 de abril de 2010, discutiu a exibição e o debate de filmes como possibilidade de realização de eventos culturais para a comunidade. O tema faz parte do módulo "Ampliação de repertórios", do curso destinado às Orientadoras Pedagógicas da região Sudoeste de Campinas. Abaixo, um relato das discussões.
1. Apresentação da temática
Fizemos um levantamento inicial sobre o que possuíamos de experiências em relação à exibição de filmes na escola e sobre o que gostaríamos de saber. Surgiram vários relatos de experiências, algumas bem-sucedidas, de exibição de filmes na escola. O destaque para o que preciamos discutir recaiu sobre o que exibir, qual a duração da atividade e onde buscar novos repertórios.
Vimos que a ação do planejamento envolve a reflexão sobre seis pontos básicos:
- Quem faz – O que faz – Onde faz – Quando faz – Como faz – Por que faz?
Para pensarmos a exibição de filmes e exposições como eventos culturais realizados na escola, destinados à comunidade, elaborando um plano de ações, temos duas perguntas já respondidas:
- O quê – Exibição de filmes e exposições como eventos culturais destinados à comunidade
- Onde – Na escola
2. Exibição do filme Levante sua voz
Para refletir sobre as outras quatro perguntas (quem faz – Quando faz – Como faz – Por que faz), assistimos ao filme "Levante sua voz", produzido pela ONG Intervozes. Em seguida, debatemos a finalidade da realização de exibições e de práticas que visem à ampliação de repertórios audiovisuais nas comunidades.
Quando nós compreendemos o porquê de realizarmos uma atividade, podemos definir o como, o quando e quem participa como protagonista dessa ação.
3. Debate aberto
Estimuladas pelo filme, refletimos sobre como formamos nossas opiniões, pontos de vista, gostos e hábitos culturais. Trata-se de um processo sociocultural que depende das diversas experiências que vamos vivendo ao longo da vida, das nossas formações e da nossa abertura para descobrir o novo, a nossa disposição e curiosidade para sair das nossas zonas de conforto e, assim, crescer, fazer nosso mundo se ampliar e se hibridizar, se mestiçar ao do outro. Dessa maneira dialógica, a educação se torna o que Paulo Freire preconizava: um processo que transforma educando e educador, juntos.
4. Chaves de compreensão
As finalidades da exibição na escola são várias:
. ampliação de repertórios diferenciados em relação ao que as famílias têm acesso (mídias hegemônicas) – direito a fruir a cultura em sua pluralidade, diversidade, a ter acesso a discursos que portam múltiplos valores, a fim de favorecer a constituição de identidades mais abertas, inclusivas, solidárias.
. discussão sobre as identidades, formação e fortalecimento do sentimento de pertença a um grupo, estímulo para a discussão de temas específicos da comunidade e resolução de problemas, reforço da autoestima, afirmação das identidades e culturas populares brasileiras e latinoamericanas, visibilidade para valores de etnias, minorias (mulheres, homossexuais, etc.), discussão de direitos humanos entre outros.
. finalidade mais estritamente pedagógica (levantamento de temas, exibição como apoio a conteúdos, ilustração e debate de temas específicos ligados às questões curriculares – como aproximar os temas curriculares da comunidade)
. fruição cultural/ aprendizado da linguagem e estímulo à produção (formação de público e formação de produtores) – prazer estético aliado ao lazer – implica conhecimento e reconhecimento da linguagem cinematográfica/ videográfica – aprender a “ler os filmes” e decodificar a sua linguagem, a sua estética, a sua história, contextualizando a produção cinematográfica. Exibição de filmes incentiva a paixão pelo cinema. O prazer de ver um filme está ligado à nossa capacidade de reconhecer a sua linguagem, de decifrar os códigos de que ele é portador.
Temos aqui, algumas respostas à pergunta inicial: por que exibir filmes nas escolas, destinados à comunidade. Precisamos trabalhar agora, no quem, como e quando.
As finalidades elencadas convergem para as características do movimento cineclubista.
O cineclubismo é um movimento que tem determinadas características, tais como a estrutura democrática, o compromisso com a cultura, a liberdade de expressão e a colaboração horizontal entre os participantes.
5. Leitura em grupo: Cineclubismo
Os grupos reunidos leram os textos indicados para debater como sessões podem ser organizadas na escola, indicando: quem organiza e como/ quando organiza
6. Instrumentos de trabalho
Apresentamos um resumo da cartilha da Programadora Brasil e o Programa Cine Mais Cultura, visando fornecer um instrumento viável de trabalho na escola.
7. Avaliação
Durante a avaliação do dia, um grupo sugeriu que o NAED organizasse um cineclube para a formação das educadoras.
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